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Cap 123 Fui posto em liberdade
Cap 123 Fui posto em liberdade

 

            Passava um dia do limite máximo para minha prisão disciplinar, que seria de 30 dias, mas não existia ordem para me colocar em liberdade.

Telefonei ao coronel Altamiro, a fim de contestar o excesso de tempo:

  • Coronel, hoje está completando 31 dias que eu estou preso. Por que eu continuo aqui?
  • Você não foi liberado porque falta publicar em boletim, Júlio.
  • E quando será publicado em boletim, coronel?
  • Será publicado hoje, ao meio-dia, Júlio!... Você como vai?
  • E o quê o senhor acha, coronel?
  • Sua esposa vai bem de saúde, Júlio?
  • Não senhor coronel. Ela está mais doente.
  • Cá...cá...cá!... Diga ao major Reis que você está sendo liberado hoje.

A gargalhada do coronel Altamiro bem que o identificava como um oficial  que  vivia agasalhado no poder e cobiçava a cadeira de comandante geral - aquela cadeira que deixava os coronéis irresistíveis - com a finalidade de engordar mais os seus vencimentos.

Fui correndo ao gabinete do major Reis, que apesar de tudo, se tornara maleável, fazendo-lhe ciência sobre a minha liberdade.

“É Júlio - disse ele - o boletim sai ao meio-dia, você pode ir agora para casa”.

Encontrei minha esposa e filhos apreensivos, tendo em vista haver passado o prazo para a minha liberdade. E fiquei 17 dias sem sair de casa.

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