No inverno de 1953, com chuvas regulares, num domingo, à tarde, padrinho João conversava com compadre Zeca no alpendre da casa de farinha. Vem chegando um rapaz dos seus dezoito anos, alto e moreno, saudando-os:
Padrinho João chamou madrinha Guilhermina que se encontrava na cozinha:
Madrinha Guilhermina aproximou-se:
Manoel era acanhado. Moreno com ossos salientes no rosto. Olhava por baixo e todo desconfiado. Depois da coalhada, padrinho João levou-o a um dos quartos da casa, ao qual disse:
Na segunda-feira, Manoel foi trabalhar com os homens do eito, limpando mato na lavoura.
Ele não tardou a enciumar-se com o tratamento que padrinho João me dedicava. Mais doente de ciúme ficou quando viu a amizade da vizinhança comigo.
Só madrinha Guilhermina que não me dava atenção e continuava magoada com a ida de André à capital pernambucana. E sempre estava me dando muxicões na cabeça, sem, contudo, respeitar a presença das pessoas de fora. E eu saia pulando com as mãos na cabeça e chorando. Manoel ficava me xingando, feliz da vida. Este só me olhava irado. Sua raiva aumentou mais quando um certo dia minha madrinha me surrou, e padrinho João ia chegando, asseverando-lhe:
Luiz de compadre Zeca chegara para almoçar conosco. Sentamos à mesa. E almoçamos sem a presença de madrinha Guilhermina que ficara chateada. Durante a refeição, Manoel não se cansava de encarar-me fazendo gestos de quem gostara da surra que sofri.
Deixamos a mesa. Padrinho João determinou que eu e Manoel fôssemos cavar vários buracos para uma cerca que seria construída ao lado do curral, enquanto ele e Luiz de compadre Zeca iam à casa de farinha.
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