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Cap 86 No apagar das luzes
Cap 86 No apagar das luzes

            O governo Geraldo Melo chegava ao fim. Os policiais militares viviam uma situação vexatória com os seus vencimentos defasados. E o comandante, como de praxe, nada fizera para melhorar a situação salarial da tropa, apesar de Geraldo Melo haver aberto as portas para esta oportunidade.

O governador já se preparava para deixar o governo quando um oficial de seu gabinete, disse-lhe:

  • Governador, vossa excelência vai deixar o governo, e a Polícia Militar está com o pires na mão.
  • Não é possível! - exclamou o governador.
  • É, governador!!...

O oficial retirou do bolso o seu contracheque, apresentando-o ao governador, dizendo:

  • Olhe, aqui, governador! Tirando a gratificação de gabinete, fica quase nada.
  • Mas, é verdade!... Mas, esta questão não foi resolvida com aquela lei de maio?
  • Foi não, governador! A lei foi editada errada. Dizia em maio. Era para ter sido a partir de maio.

Comentam-se de que o governador teria mandado chamar o comandante sucessivas  vezes, o qual lá não compareceu.

O doutor Geraldo Melo, que sempre teve as portas do seu gabinete abertas às questões da Polícia Militar, e vendo o descaso do comando, determinou o cumprimento do dispositivo constitucional, bem como a aplicação do índice escalonado, ficando um soldado com 5 salários mínimos de vencimentos. Não chegou, contudo, a pagar o primeiro reajuste, pois, foi dado mesmo no apagar das luzes. Mas, o novo governador, doutor José Agripino, honrou o compromisso.

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