Manoel ia cavando os buracos e eu retirando a areia. Sem mais nem menos, ele empurrou-me por cima dos pés de bananas, e quando fui me aprumando, jogou-me um soco nos lábios, que sangrou muito. Padrinho João, que retornara da casa de farinha, viu-me todo cheio de sangue.
Manoel pegou o que lhe pertencia, recebeu o pagamento e rumou novo destino. Só Deus sabe que rumo tomou.
Padrinho João se transformava numa fera se ouvisse alguém me dirigir qualquer ofensa. Imagine como foi a sua reação ao me vê cheio de sangue.
Naquela época, como nunca, eu lhe seria uma jóia preciosa. Com os filhos morando distante, via-me como a única pessoa de sua mais absoluta confiança que poderia contar, pois eu era a silhueta específica da sua própria imagem de homem íntegro e respeitado.
Há muito que ele não me mandava fazer mais nada, isto porque tudo já estava no automático. Tudo era feito com perfeição, sem haver nenhuma reprovação de sua parte. O mesmo, porém, não acontecia com minha madrinha - que Deus a tenha num bom lugar.
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