Para comandar a corporação, o Ministro da Guerra designou o coronel do Exército Silvio Ferreira da Silva, que tomou posse sem tropa no quartel.
As informações que o coronel Silvio recebeu do Palácio da Esperança eram de que o mesmo iria comandar uma tropa rebelde e indisciplinada. Que teria muita dificuldade para repor a discililpna na tropa. O novo comandante estava certo disto. Estava convencido que na Polícia Militar só existiam homens desordeiros e indisciplinados, e que iria expulsar muita gente. Mas foi puro engano! Ele percebeu logo serem as informações infundadas. E, ao contrário, comandou policiais ordeiros, pacatos e verdadeiros heróis, como o disse no seu discurso de despedida diante da tropa, e do governador Aluízio Alves, que baixou a cabeça.
Terminados os 30 dias de dispensa, a tropa retornou ao seu quartel, porém, com algumas coisas mudadas. Apesar da fome reinante, os policiais militares nunca retiraram um coco verde dos coqueiros do quartel, pois se o fizesse seria motivo de cadeia. Isto, todavia, não aconteceu com os soldados do Exército, que não passando fome, os quais acabaram com os cocos.
A tropa do Exército devolveu o quartel à Polícia Militar. Os oficiais reassumiram os comandos das unidades.
Com a saída dos sargentos do Exército, toda a louça que havia sido comprada, foi retirada do cassino, e os sargentos voltaram a comer em bandejas de alumínio cheias de sebo e fedorentas. Eu e vários companheiros fomos em busca do material, pois se os sargentos do Exército tinham direito, nós também o tínhamos. Procuramos o tenente José Freire Sobrinho, chefe do Rancho, que nos levou à presença do coronel fiscal. Este foi ao comandante geral em companhia de tenente Freire, mas, foi logo dizendo:
A retirada do Exército e a tropa da Polícia Miliitar retornando às suas atividades normais, ocorrera uma estrondosa mudança de comportamento entre todos os níveis da hierarquia policial militar.
Os oficiais que antes da greve tratavam os seus subordinados como um lixo, mudaram admiravelmente. Tratavam os praças com mansidão e companheirismo. Aos subtenentes e sargentos, dispensaram fino trato e até com orgulho.
Antes, tratavam os praças como um lixo, agora, até com louvor, principalmente os subtenentes e sargentos.
Afinal de contas, os graduados foram os responsáveis pelo início de todo o movimento reivindicatório, que terminou com sucesso. Com a população do lado da Polícia Militar.
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