A Polícia Militar atrasou o cumprimento do expediente judicial - que não me seria nenhuma novidade - só o fazendo no dia 31 de outubro, publicando no boletim interno o meu retorno às fileiras da corporação, sem, todavia, me promover as graduações determinadas pela justiça - que, igualmente, não me foi novidade.
No dia primeiro de novembro, eu entrei, triunfantemente, no Quartel da Polícia Militar, fardado e com as insígnas de subtenente e tudo mais quanto eu tinha direito. Os subtenentes e sargentos indagavam-me:
“Mas, você não é segundo sargento”!?
E eu muito tranqüilo respondia-lhes:
“Não!!... Vocês estão enganados. Eu deixei de ser 2º sargento desde 31 de dezembro de 1975. E sou subtenente desde primeiro de janeiro de 1984.”
Encontrei-me com o comandante geral, coronel Tavares, o qual me perguntou:
Realmente, ao meio-dia, as minhas promoções foram publicadas no boletim e lidas para a tropa.
Aqueles que me dirigiam pilhérias, que me desejavam cadeia e me apontavam, quando me viam, baixavam a cabeça querendo esconder o que eles não tinham: dignidade. Não obstante, centenas de policiais militares e amigos civis me davam parabéns e externavam o seu contentamento, deixando fluir aos seus límpidos olhares a sua sincera satisfação.
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