Eu estava há 13 anos na Secretaria de Segurança Pública. Os meus perseguidores, contudo, não me esqueceram. E armaram-me um golpe sujo. Cruel! No dia 23 de junho de 1981, fui chamado, às pressas, ao Quartel do Comando Geral da Polícia Militar. O chefe da Seção de Pessoal da corporação informou-me que eu teria sido transferido para a reserva remunerada, cujo ato seria publicado no boletim do comando geral, naquele dia e lido para a tropa, às 12 horas. Eu contava, apenas, 23 anos e 8 meses de efetivo serviço. Estava com 41 anos de idade. Não estava doente. Não havia sido julgado incapacitado para o serviço ativo por nenhuma junta médica. Nem tampouco existia amparo legal para ser transferido à inatividade, pois, exceto doença, eu teria que contar 30 anos de serviço.
Pelo ato de reserva, os meus vencimentos foram reduzidos à metade. Eu, que era segundo sargento, fiquei ganhando menos do que um soldado antigo.
Muito triste, retornei ao lar. E para explicar tudo aquilo a Maria Aparecida, minha esposa! Pai de quatro filhos menores, todos estudando em colégio particular, porque, como sargento de polícia, sempre tive outra atividade, a fim de completar a renda familiar, e proporcionar melhor educação aos meus filhos.
Na Secretaria de Segurança, eu exercia uma função de chefe de setor, que me dava uma gratificação, mas, não seria o suficiente, em face da redução do meu salário na PM.
Procurei o Secretário de Segurança, coronel Veiga, ao qual solicitei que me fosse dada uma chefia que estava vaga, e tinha uma ótima remuneração. O secretário determinou à chefe de pessoal, dona Ana, que me nomeasse, porém, ela colocou uma pessoa de sua amizade e não cumpriu a determinação recebida. Em face do acontecido, deixei a Secretaria de Segurança.
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