O governador Garibaldi ao tomar conhecimento de que o STJ havia nos dado vitória, mandou, urgentíssimo, desengavetar a mensagem 141, a qual se encontrava na assembléia sendo lida na sessão de uma quinta-feira, à tarde, e na sexta-feira, pela manhã, aprovada. O incrível é que os líderes dos partidos de oposição dispensaram as formalidades de praxe.
Os deputados Leonardo Arruda, Fátima Bezerra e Getúlio Rego, adversários do governador, insistiram para que o deputado Valério Mesquita, que se dizia o Tiradentes da Polícia Militar, obstruísse a votação. Ele, todavia, baixou a cabeça para não encarar os policiais militares que assistiam a votação, e não atendeu ao pedido dos seus colegas.
Os deputados votaram conscientes de que estariam errados, inclusive diversos tinham nos seus gabinetes cópias do parecer do Subprocurador da República condenando a mudança no escalonamento. Eles, no entanto, como bem o disse o deputado Álvaro Dias - votavam no que o governo mandasse.
Naquela sexta-feira, antes da aprovação da mensagem, nós estávamos no gabinete da deputada Fátima Bezerra, do PT, quando ela telefonou ao presidente da Assembléia Legislativa, deputado Álvaro Dias, o qual disse que a urgência na aprovação da mensagem naquela manhã era uma exigência do general José Carlos Leite. Este estava verdadeiramente obstinado a lutar contra a nossa causa, pois, na semana seguinte, em entrevista ao Programa Patrulha Policial, da Televisão Ponta Negra, disse que os policiais militares baseados numa decisão judicial equivocada exigiam um reajuste de 178%, o qual seria impossível, e com ênfase disse:
“Cadê que eles dizem que não é aumento!...”
O secretário tentava colocar as coisas de maneira diferente, pois nós já estávamos cansados de esclarecer, através dos meios de comunicação, de que não havíamos pedido reajuste de soldo, e sim, o cumprimento da lei. E, inclusive, ele tinha uma cópia do mandado, porém, o seu bom salário como secretário de governo o impedia de enxergar a realidade jurídica que estavam vivendo os policiais militares, mesmo porque entender sobre direito não era bem sua seara.
Na Polícia Militar, o coronel Gadelha, que tentava manter os presidentes das entidades sob controle, prometeu doar 500 metros de azulejos para o Clube Tiradentes utilizar nas suas piscinas.
Foi o coronel Gadelha, que numa sexta-feira, no final do mês de julho de 1998, com a tropa em forma, disse aos seus comandados:
“Segunda-feira da próxima semana começa o pagamento do estado. O aumento que o governador deu vai sair. Um subtenente vai receber mil e quatrocentos reais e um soldado setecentos”.
Um dos coronéis que estavam ao seu lado, disse para outro:
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