O relógio do Corpo da Guarda bateu 3 horas e 30 minutos. Ouviam-se barulhos de aviões que voavam baixo sobre o teto das residências adjacentes ao quartel; eram os gigantescos B 26 da Força Aérea Brasileira, os quais com a sua barulheira despertaram os moradores do bairro do Tirol.
A população acordou tomada de pavor. Acendiam-se as luzes das residências e apartamentos vizinhos à Avenida Rodrigues Alves, onde ficava localizado o quartel. Do interior do quartel, os policiais observavam tudo e ouviam choros de crianças e mulheres. Atentos, tomavam conhecimento do movimento dos moradores dos blocos de apartamentos da rua Maxaranguape. Muita gente desorientada correndo de um lado para outro, sem, contudo, saber o que acontecia. Senhoras em completo desespero, colocando as mãos na cabeça, aos gritos de socorro.
Foi triste! Foi cruel!
Utilizando os potentes alto-falantes do carro de propaganda, que fora apreendido, um militar do Exército convidou as famílias a abandonarem, urgente, as suas residências e apartamentos, num perímetro de 500 metros e se dirigirem ao pátio do Aeroclube, que ficava bem afastado do Quartel do Comando Geral da Polícia Militar. Todos os moradores da redondeza foram se refugiar no local indicado pelas Forças Federais, as quais pensavam que os policiais militares iriam reagir à bala.
Retirados os moradores, as Forças Federais tomaram posição de guerra, instalando ninhos de metralhadoras pesadas dentro dos apartamentos, com os seus canos apontados para o Quartel da Polícia Militar.
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