Os sargentos se reuniram e programaram um jantar para o coronel Luciano. Desta vez, o evento aconteceu na residência de um vereador aluizista, no bairro de Nova Descoberta.
Faltou chão, uma vez que muitos sargentos que não foram ao jantar anterior, porque estavam “em cima do muro”, aderiram ao aluizismo após as eleições e compareceram ao jantar.
Naquela ocasião os sargentos, mesmo morrendo de fome, ofereceram uma caneta de ouro ao seu futuro comandante, com os seguintes dizeres:
“DOS SARGENTOS DA POLÍCIA MILITAR AO CORONEL LUCIANO”.
A doação da caneta foi o maior quebra-gelo encontrado pelos sargentos, permitindo uma grande abertura junto ao velho coronel.
Na verdade, o objetivo era aquele. E na ocasião fizeram inúmeras reivindicações, dentre elas o direito de usar camisa de mangas compridas, pois à época só quem usava tal uniforme eram os oficiais, sendo proibido aos subtenentes e sargentos porque se pareciam com oficial. E quem se atrevesse usá-lo seria punido severamente, até com recolhimento ao xadrez - coisa mais do que humilhante e absurda.
O coronel nem pensou duas vezes. Deu a sua palavra de honra de que atenderia às pretensões da sargentada. E para aqueles que conheciam o procedimento de Luciano, sabiam que a sua palavra valia mais que a própria lei, uma vez que, no seu primeiro comando, fora um homem firme em suas decisões.
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