Ao retornarmos de Brasília, os presidentes das Associações de Subtenentes e Sargentos, de Cabos e Soldados convocaram os seus associados, a fim de efetuarem um desconto parcelado nos vencimentos dos sócios para pagar os honorários do advogado contratado em Brasília.
Muitos policiais, que não foram à assembléia, não gostaram do desconto. Elementos de má índole fizeram a cabeça de dezenas de policiais para não aceitarem o desconto, mandando-os telefonar ao advogado protestando o pagamento dos honorários sob a alegação de não haverem contratado nenhum advogado. Um subtenente da Reserva Remunerada, que fazia o jogo sujo de quem achatava as nádegas nos assentos almofadados do Alto Comando da PM, e seguindo fielmente o que lhe fora orientado, telefonou ao doutor José de Ribamar de Aguiar ao qual disse desaforos e lhe fez severas ameaças.
Tamanho absurdo motivou alguns amigos de Ribamar a aconselhá-lo abandonar a causa, ele, porém, não o fez.
O Comandante Geral, a quem caberia se aliar à questão judicial, preferiu, destarte convocar o presidente da Associação de Cabos e Soldados, que representava a maioria dos praças, orientando-o pegar um abaixo-assinado dos policiais da capital e do interior, dirigindo-o ao Secretário de Administração, solicitando a suspensão do desconto.
À véspera do calendário de pagamento dos servidores do estado, não deu outra. O secretário mandou suspender todos os descontos destinados aos honorários advocatícios e fazer o estorno à conta bancária da tropa.
Sem a efetivação do recebimento, conseqüentemente, não teríamos como pagar ao advogado de Brasília, que, sem receber o que lhe era devido, abandonou a causa.
E era tudo quanto o comandante queria.
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