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Cap 57 Segundo dia de greve
Cap 57 Segundo dia de greve

 

            No segundo dia, o primeiro oficial que aderiu ao movimento dos sargentos, através de telegrama, foi o segundo tenente Iarandir Aguiar - o major, filho do senhor Luiz Sátiro -, o qual estava servindo em Mossoró.

Naquele primeiro dia, 12 sargentos da Aeronáutica se organizaram e foram ao Programa Aliança para o Progresso, criado pelo Presidente Kennedy dos Estados Unidades, destinado às nações pobres, onde conseguiram alimentos em quantidade e saíram num caminhão distribuindo gêneros alimentícios nas residências dos policiais militares.

Os sargentos da FAB contaram com o apoio da assistente social da Polícia Militar,  Maria das Dores Costa, e do sargento Francisco Félix de Lima, os quais se empenharam dia e noite para minimizar o sofrimento nos lares milicianos.

Félix e a assistente social, além de colaborarem na distribuição dos alimentos, também levaram toda a solidariade precisa à família dos policiais.

O governador, sem sucesso nas suas tentativas de enfraquecer o movimento, mandou o seu Secretário de Segurança Pública, coronel do Exército Ulisses Cavalcante, ao Quartel da Polícia Militar, com o propósito de amedrontar  os sargentos.

A tropa foi colocada em forma para assistir o que o secretário iria dizer, o qual, todavia, não apresentou nada de positivo senão a mesma demagogia de Aluízio. Muitas conversas bonitas. Insatisfeito com tanta conversa fiada,  o subtenente Alfredo Batista de Oliveira deu um passo à frente da tropa e gritou:

  • Excelência, dá licença!?
  • Pois, não.
  • De palavras bonitas já estamos de barrigas cheias. Tropa, sentido! Fora de forma, marche!!

Com o comando, a tropa deu as costas para o secretário, enquanto um grupo de soldados saia com Alfredo nos braços, como herói.

Já ao anoitecer, começaram a chegar os policiais das cidades do interior. E assim, foram abandonadas as cidades que distavam até 200 quilômetros da capital.

Alguns oficiais liderados pelo capitão capelão da corporação, padre Manoel Barbosa de Vasconcelos, fizeram uma reunião entre si e em seguida procuraram a comissão, à qual comunicaram a sua adesão ao movimento. Após a atitude do grupo de oficiais, todo o oficialato solidarizou-se com o movimento paredista, ficando contra só o coronel Luciano.

O movimento contou com o apoio das entidades representativas de classes: Sindicato dos Correios e Telégrafos, da Construção Civil, dos Sapateiros, dos Artífices, dos Costureiros, e associações diversas.

As sacadas dos muros do quartel viviam superlotadas por pessoas do povo, amigos e familiares dos policiais militares, que se deslocavam para lá e manifestavam-se favoráveis à greve dos policiais.

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