A década de 60 foi sobremaneira difícil para o funcionalismo estadual do Rio Grande do Norte e em especial para a Polícia Militar
O governador, aliado a um bando de sádicos, que integrava seu staff, perseguia, maltratavam e humilhavam a todos, pelo simples prazer de mostrar força.
Exatamente nesse período, e dentro desse quadro, é que o autor desse livro, Júlio Ribeiro (não o de “A carne”), vindo como eu das quebradas de Serra de São Bento, mal saído de uma infância dolorosa e de uma adolescência extremamente sofrida, vem “sentar praça” na Polícia Militar, da qual fez sua casa e única família, que conhecera até então.
Dotado de personalidade muito forte e intimamente revoltado com as injustiças que a vida lhe reservara desde seu nascimento, não suportava injustiça e não se calava por medo de nada, razão que o levou a fazer parte de alguns movimentos na corporação, mal começara a rabiscar as primeiras frases.
É narrando os fatos e circunstâncias de sua vida que Júlio Ribeiro centra o tema de “Luta, Sofrimento e Glória”, seu mais recente livro, mostrando detalhes e situações passados a partir da sua infância, até os dias atuais, entrando em pormenores que chocam, ferem e até revoltam que lê esta obra.
Ao entrar para PM, conheci o Júlio já sargento e nos tornamos bons amigos, apesar de nem sempre termos as mesmas idéias sobre determinados assuntos. Essa amizade foi o que certamente o levou a escalar-me para prefaciar sua última criação (não a derradeira), o que faço com imenso orgulho, conhecedor que sou da luta leal, desinteressada e honesta deste ilustre amigo e colega de profissão.
Seu livro deve ser lido e meditado não só por todos os policiais militares, mas por todos aqueles que amam a verdade e apreciam saber as nuances escondidas da história. Sem sobra de
dúvidas posso afirmar que a saga do Sub Júlio e seu mais recente trabalho farão parte do acervo cultural da História da Polícia Militar e do Rio Grande do Norte.
Espero que os prezados leitores tenham bom proveito do livro e analisem, no seu linguajar forte e direto, os fatos como se passaram e a visão do autor sobre eles, visão esta de que algumas vezes discordo, por motivos óbvios.
Agradeço e desejo a todos uma boa leitura.
Antônio de Pádua Crizanto.
Coronel da Reserva Remunerada
|
20 |