Com aquela franqueza do coronel Luiz Pereira, tudo nos levaria a crer que teríamos o seu apoio na nossa pauta de reivindicações que já estava pronta, a fim de apresentar ao governo do estado, por intermédio dele.
Convoquei os subtenentes e sargentos à associação, sendo minha proposta de reajuste salarial discutida e aprovada. Constitui uma comissão sob a minha responsabilidade e fomos ao comando na certeza de que ele iria ao governador buscar uma solução plausível, já que ele demonstrava haver se transformado ao retornar da convenção dos comandantes.
O coronel Luiz nos recebeu divinamente bem no seu gabinete com ar condicionado, garçom para servir chá, cafezinho e refrigerantes. Fantástico...! Fenomenal!.... Nota 10!!
O coronel Dantas, subcomandante, foi convocado pelo comandante, para assistir a nossa conversa.
Apesar de tanta gentileza com os permanentes serviços de garçom, o coronel Luiz era muito devagar quando o assunto se referia aos nossos vencimentos e dependendo de ir falar com o governador. Para acabar de acertar, existia um membro da comissão que não parava de dar razão ao comandante, deixando-o se deleitando.
Foram mais de duas horas de conversa com o comandante, que em nenhum momento externou uma posição firme em defesa dos salários de seus comandados. Parecia até que nós estávamos reivindicando uma coisa totalmente impossível. Concluindo, perguntei:
Dantas tomou a palavra dizendo que o estado vivia em dificuldade financeira e não podia dar o que nós estávamos pedindo. Dava a entender que ele seria alguém da área econômica, e saberia quanto o estado arrecadava.
O coronel Dantas teria mais do que razão se ele e os demais coronéis do alto comando não recebessem altíssimas gratificações de cargos de confiança, bem acima dos seus vencimentos, que somando tudo, nadavam num mar de mordomia, tornando-os seus reféns e ficavam de bocas caladas, enquanto toda a tropa vivia “a ver navios”. Coronéis amigos...!? Mui amigos!!...
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