Alguns policiais militares que não iniciaram comigo a luta da ação judicial, mas, indignados com a posição assumida pelo governador Geribaldi, resolveram conquistar a simpatia da tropa, que vivia assanhada.
O Governador Garibaldi estava caindo nas pesquisas e José Agripino, o seu principal adversário, subindo. Soares havia chamado o governador de fora da lei e continuava chamando.
O sargento Siqueira, que mudara a sua postura, resolveu jogar duro com o governador. Ele foi entrevistado pelo repórter Salatiel, no programa Linha Dura, da Televisão Potengi, chamando o governador de mazela. Ele foi explícito:
“GOVERNADOR, O SENHOR É A PIOR MAZELA QUE EXISTE NO RIO GRANDE DO NORTE”.
Não dava nem para acreditar que o governador preferiu toda aquela campanha e insultos contra ele a cumprir a determinação do STJ. E o que era pior: num ano de campanha eleitoral, candidato a reeleição, enfrentando uma ligeira queda nas pesquisas.
Surpreendido, li no Diário de Natal uma nota sob a responsabilidade do Clube Tiradentes e da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar, com os nomes dos seus presidentes - sargento Edson Siqueira de Lima e o soldado José Luiz.
O título da nota era:
“PATRÃO RUIM, A GENTE DEMITE.”
O conteúdo da nota não era extenso, mas, o que nela estava escrito seria o suficiente para gerar muitas discussões. Botava para quebrar contra o governador.
Achei coragem dos dois presidentes em assinarem a nota. O sargento Siqueira vivia muito ligado ao comandante. E o soldado Luiz, prestava serviços ao Tribunal de Justiça, como motorista, o qual correria o risco de sofrer como punição o seu recolhimento à tropa. Na tarde daquele dia fui entrevistado pelo programa Tropical Comunidade, da Rede Tropical de Televisão. Antes de entrar para os estúdios, fui abordado por um cidadão perguntando-me:
Dei minha entrevista, e de lá fui realizar visitas, retornando para casa perto das 21 horas, quando minha esposa me chamou para atender a um telefonema. Era o coronel Teotônio, da reserva da corporação, que me disse:
A história da nota rendeu bastante. O soldado Luiz foi chamado ao gabinete do Comandante Geral, o qual, na presença da imprensa disse que houvera assinado a nota sob forte emoção porque fora pressionado pelos deputados. O fato é que “PADRÃO RUIM, A GENTE DEMITE” foi publicada outra vez no mesmo jornal, e desta vez com autorização e assinatura de Siqueira e Luiz.
Para conversar com o soldado Luiz, o comandante convocou representantes da impressa, e na presença de todos, disse:
Mas, com o publicação da nota, pela segunda vez com assinatura e tudo - de Luiz e Siqueira -, o comandante publicou em boletim um processo de licenciamento contra o sargento Siqueira, com a finalidade de colocá-lo fora da polícia; ao coronel Balbino deu uma punição de quatro dias de prisão, ao soldado Luiz, uma repreensão, e ficou ameaçando de punir o major Cipriano, mas, retrocedeu.
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