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Cap 167 Candidatei-me a deputado
Cap 167 Candidatei-me a deputado

             Eu não pretendia mais me candidatar a nenhum cargo eletivo, mas os próprios policiais passaram a me incentivar. Eu recebia dezenas de telefonemas diariamente, e grande número de PMs dava-me informações de que já estavam fazendo a minha campanha. Incentivado pelos companheiros, procurei o major da reserva da Polícia Militar,  José Cipriano Filho, o qual entrou na corporação como soldado e fora meu diretor no Clube Tiradentes, no meu primeiro mandato, convidando-o para se candidatar a deputado federal, fazendo uma dobradinha comigo para estadual. Em tempo hábil, procuramos nos filiar ao Partido Renovador Trabalhista   Brasileiro - PRTB, que  sendo fundado recentemente, tinha como presidente provisório o senhor Carlos Porto, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, homem de bons princípios, que nos assegurou    que  sairíamos   candidatos.

Dois meses após a nossa filiação, houve a convenção para escolher os novos dirigentes do partido. O senhor José Abílio Rodrigues, que deixara o PMDB há poucos dias, foi o único candidato a presidente.

Da direção anterior, permaneceu o secretário, que também garantira a nossa candidatura, contudo, depois da posse da nova diretoria, a conversa foi outra. Eles diziam que o partido não iria mais lançar candidatos, que só teria projeto para o ano 2000, ou, que só lançaria uns 6 candidatos, mas, não faria coligação na proporcional com outro partido.

Neste ínterim, descobrimos que o senhor Abílio continuava fiel às hastes do PMDB, o  qual dera uma tremenda jogada pegando a direção do partido, que teve o aval do senhor Gilberto - este, secretário do deputado estadual Frederico Rosado, do PMDB.

No meio dos lobos, descobri que o grande interesse deles era bloquear  a minha candidatura, e conseqüentemente, a do major Cipriano. Recebi  informações fidedignas de que os “manda chuvas” do PMDB haviam aconselhado aos dois cidadãos a expulsarem-me do partido, isto porque eu vivia freqüentemente usando a mídia contra as atitudes do Governador Geribaldi e seus vassalos. 

Neste espaço de tempo, fui levado pelo coronel da reserva remunerada da Polícia Militar, Salatiel Rufino dos Santos Filho, vereador por Parnamirim, para ir conversar com o médico Vivaldo Costa, que iria se candidatar a deputado federal.

Eu não conhecia, pessoalmente, Vivaldo. Homem simples, com aquela cativante e humilde maneira de sertanejo, mas de colorida polidez metropolitana.

Nossa conversa girou sobre a minha candidatura e a dele num apoio recíproco. Na oportunidade, esclareci a Vivaldo que eu e o major Cipriano queríamos fazer uma dobradinha na corporação, entretanto, se o major desistisse, nós  o apoiaríamos.

O major Cipriano retirou a sua candidatura, a fim de fortalecer a minha campanha e a de Vivaldo. Dentro da Polícia Militar seria fácil pedir votos para Vivaldo, pois, quando ele foi governador os policiais militares haviam sido favorecidos com um reajuste de suas gratificações. E, a corporação foi beneficiada com a doação do prédio da CIDA (empresa estatal) para instalar a Academia de Polícia.

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