A reclamação, depois de ficar um tempão na Subprocuradoria Geral da República, foi devolvida ao STJ.
Pouca gente acreditava que houvesse chance de vitória a nosso favor. Enquanto isto, o sargento Soares decidiu viajar a Brasília, e realizar a sua greve de fome.
A atitude do sargento Soares poderia prejudicar o andamento da reclamação, em virtude do Ministro Scartezzini haver sido eleito vice-presidente do STJ, estando o processo sem relator, e nós - eu e o doutor Ribamar - estávamos vendo a possibilidade de contratar um advogado em Brasília para agilizar o andamento da reclamação e outros procedimentos jurídicos.
O sargento Soares decidiu ir mesmo à Capital Federal e efetivar o seu protesto em frente ao Superior Tribunal de Justiça.
Fui obrigado a viajar com Soares, a fim de evitar que houvesse uma precipitação de sua parte. Dona Mariquinha, com a voz trêmula e os olhos cheios de lágrimas, pediu-me que não deixasse o seu filho fazer uma loucura daquela.
O doutor Ribamar viajara à Capital da República, dois dias antes, a fim de assistir a posse do Ministro Scartezzini, e juntos contratarmos o doutor Roberto Rosas - um dos melhores advogados de Brasília - que fora Ministro do STJ e ficaria agilizando as coisas junto àquela corte.
O sargento Soares estava firme no seu propósito de fazer a dita greve de fome. Foi duro na Capital Federal, e ocupei muito tempo em conflito com Soares, que a todo custo queria fazer o seu protesto. Expliquei-lhe que as coisas haviam mudado no STJ, com a contratação do advogado, e estávamos no período quaresmal não havendo expediente, existindo, ainda, outra justificativa para não se manifestar de tal maneira: O novo relator, Ministro Fernando Gonçalves, não havia nem tomado posse, e, certamente, teria que conhecer todo o processo.
Com a presença do advogado, a reclamação andou rápida e logo foi colocada em pauta e julgada. O Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, julgou-a procedente.
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