No interior do Quartel do Comando Geral, a tropa vivia um clima de emocionante expectativa com as promessas de melhores condições de vida para os servidores públicos civis e militares anunciadas eloqüentemente pelo o senhor Aluízio Alves, candidato a governador enfrentando o seu adversário Djalma Marinho, este, apoiado pelo governador Dinarte Mariz.
Diversos gabinetes de oficiais superiores, meieiros da política provincial, foram transformados em birôs eleitorais prol candidatura Aluízio Alves. A tropa acreditou na conversa fiada dos oficiais, bem como nos inebriantes e demagogos discursos de Aluízio, que era, sem dúvida, um grande orador.
Os policiais militares fecharam com ele, certos de que teriam melhores dias, uma vez que a Polícia Militar vivia uma de suas crises salariais.
Existiam policiais, que sem nenhum escrúpulo, brigavam por Aluízio dentro de sua própria unidade. A cata dos votos se processava ostensivamente de maneira ridícula, sem nenhuma ética ou zelo à instituição.
Finalmente chegou o dia da eleição. Natal e todo o interior se transformaram num verdadeiro campo de batalha.
Apuradas as urnas, o candidato vitorioso foi o senhor Aluízio. A euforia tomou conta dos policiais militares aluizistas, pois diziam que depositavam toda esperança no recém eleito chefe do executivo potiguar.
No dia que foi proclamada a vitória do senhor Aluízio Alves, Natal - a Capital do Estado do Rio Grande do Norte - foi transformada num palco de festa e anarquia, com passeatas pelas ruas da cidade. Por onde os partidários de Aluízio passavam iam devastando tudo, quebrando galhos das árvores levando toda ramagem nos ombros, cabeças e mãos, igual a um tenebroso furacão.
E, no dia seguinte, Natal amanheceu transformada num tapete verde com ramas e galhos de árvores espalhados pelo chão.
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