Vem as eleições do Clube Tiradentes para maio de 1999. O sargento Alberto, que me apoiou durante a minha campanha para deputado, candidatou-se a presidente, o qual solicitou o meu apoio, cujo pedido eu jamais poderia negar.
O sargento Siqueira apresentou o seu genitor, Pedro Siqueira de Lima, sargento da Reserva Remunera da Polícia Militar, como o seu sucessor.
Siqueira ao invés de fazer campanha contra Alberto fazia contra mim. Numa assembléia da associação, ele, querendo apagar suas amiudadas e boas caminhadas aos gabinetes de Mesquita e Gadelha, e deleitando-se com as idéias dos dois comandantes, disse aos sócios:
“Querem encontrar o subtenente Júlio, vão aos gabinetes do comandante e do subcomandante, que ele está lá”.
Outros candidatos passaram a divulgar as falhas da gestão de Siqueira. Este e sua diretoria divulgavam de que o clube estava em situação difícil porque havia bancado a minha campanha.
Eu fiquei indignado com aquela estória, pois a ajuda que o clube me deu não chegou a novecentos reais, pela qual fiquei agradecido, mas, se eu tivesse me elegido, ela teria um preço.
Afeito ao uso de frases de efeito, Siqueira fazia discursos para os subtens e sargentos da reserva, e enfatizava bem:
“Estes cabelinhos brancos, iguais aos cabelos do meu pai, que também é policial da reserva”.
Siqueira conquistou a simpatia dos companheiros antigos. Não obstante, o seu comportamento mudou numa manhã, às vésperas da eleição do seu pai, num salão da Guarda Patrimonial, e na presença justamente daqueles de cabelinhos brancos - como ele dizia. Na ocasião eu estava pedindo votos para o sargento Alberto, e apresentava as falhas da gestão atual. Eis que apareceu o dito Siqueira, o qual usou a palavra, e sem respeitar os cabelinhos brancos de ninguém, agrediu-me moralmente, dizendo:
“No dia que foi dado entrada ao pedido de intervenção, o subtenente Júlio disse: Siqueira, eu sou candidato e preciso aumentar o meu IBOP. Deixe que eu dou as entrevistas”.
E continuando, disse:
“Se o subtenente Júlio tiver vergonha na cara não dirá que é minha mentira!”
Aquela ofensa irresponsável deixou-me, mais uma vez, profundamente amargurado. Isto porque eu tinha a fita das entrevistas, e como já foi visto em capítulo anterior, quem deu as entrevistas fora o sargento Siqueira.
Diante de Pilatos, Jesus foi esbofeteado por um soldado, e Ele divinamente, replicou: “Se falei mal, prova-o, mas se falei bem, por que me bates?” ( João 19-23)
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