Um fato que chamou bastante à atenção da sociedade civil, que cuidadosamente acompanhava toda a trajetória do movimento, era o comportamento entre os oficiais da Polícia Militar e do Exército.
Num ambiente de inteira fraternidade e de entendimento recíproco, os oficiais das duas forças jogavam gamão e damas, curtindo um “bate papo” animador e sem inibição. Foi esta a recomendação que o coronel Mendonça Lima fez aos seus oficiais.
Os sargentos que comandavam a guarda do nosso alojamento cultivavam especial atenção aos seus colegas presos. Deles ganhamos um amigão - o sargento Campos -, que era estudante de medicina, e chegou ao posto de tenente-coronel Médico do Exército.
Os policiais militares tinham grande admiração pelo coronel Mendonça Lima, que ao concluir a sua missão, cumprimentou, individualmente, todos os oficiais da corporação, dispensando-lhes especial atenção. Igualmente, o fez com os poucos soldados e sargentos que os encontrou no interior do quartel.
Tanto o coronel Mendonça Lima, como os demais oficiais do Exército não esconderam o sentimento de compreensão pelo drama do qual foi vítima a Polícia Militar.
Alguns setores como Finanças, Capelania e Boletim passaram a funcionar normalmente. Não obstante, por alguns dias, a segurança da cidade e a guarda da Casa de Detenção continuavam com as Forças Armadas.
Até as classes conservadoras, através de sua associação, informaram que tinham o máximo interesse para que o clima de paz e tranqüilidade fosse preservado, inclusive publicaram nota oficial firmando vários pontos, entre os quais a recomendação ao governo para a imperiosa necessidade de revisão nos desenfreados gastos públicos, resguardando, evidentemente, os relacionados com o programa de infra-estrutura.
De fato, a paz e a tranqüilidade foram restabelecidas, graças a Deus; e a mensagem do governo fora aprovada em regime de urgência.
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