Findos os trabalhos às 4 horas da manhã, os sargentos seguiram em passeata para o Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, na Avenidade Rodrigues Alves, no bairro do Tirol – Natal/RN. Ruas e avenidas foram ocupadas pelos sargentos. Muita gente acordava e abria suas portas. O povo gritava encorajando os sargentos à luta pelos seus direitos, que estavam sendo negados pelo governador do estado.
NO QUARTEL, APÓS O TOQUE DE ALVORADA, OS SARGENTOS CHAMARAM O SOLDADO SAMUEL SEBASTIÃO DE SOUZA, CORNETEIRO DE DIA, AO QUAL DETERMINARAM QUE, A PARTIR DAQUELE MOMENTO, ELE NÃO TOCARIA MAIS NAQUELA CORNETA SEM A AUTORIZAÇÃO DOS SARGENTOS. E AO MESMO TEMPO, UM GRUPO DE SARGENTOS DESIGNADO PELA COMISSÃO DETERMINAVA AOS SOLDADOS QUE FOSSEM PARA O REFEITÓRIO DOS CABOS E SOLDADOS, DEIXANDO O QUARTEL DESERTO.
O aspirante a oficial Irineu Raimundo de Sousa, que era o oficial de dia, mandou chamar o corneteiro Samuel ao qual determinou que fosse executado o toque de formatura geral, entretanto, recebeu a resposta de que não daria um toque sem a determinação dos sargentos. O aspirante insistiu e o soldado Samuel foi taxativo:
“Só tocarei com ordem dos sargentos”.
Ainda alheios ao que estava acontecendo, porém, fiéis às ordens recebidas, os praças não hesitaram em obedecer aos seus sargentos. E o salão do refeitório ficou superlotado. O quartel ficou um deserto, enquanto o sargento comandante da guarda, que se manteve no seu posto, seguindo orientação da comissão, mandava os soldados que chegavam atrasados se digirissem para o rancho dos praças – um salão imenso.
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