Na Rádio Patrulha servi três anos. Como eles não me davam paz, mais uma vez contei com o apoio do tenente Freire, que conseguiu me passar à disposição da Secretaria de Segurança Pública, e de lá fui servir como escrivão de polícia na Delegacia de Roubos, Furtos e Defraudações, da qual ele era o seu titular, e havia deixado a RP.
Eu vivia em outro mundo e distante do patrulhamento perverso determinado à segunda seção - órgão genuinamente de repressão contra os integrantes da corporação. Senti-me aliviado, livre das malditas perseguições dos agentes de repressão.
Como escrivão, dediquei o meu tempo à função, que a exerci com muito zelo. Não demorei me tornar um dos melhores da época.
Daquela especializada fui servir um período na Delegacia de Ordem Política e Social - DOPS, cuja delegacia cuidava das investigações e processos contra os autores das atividades subversivas no Rio Grande do Norte, e trabalhava em conjunto com os órgãos de repressão das Forças Armadas.
Fazendo busca nos arquivos da DOPS, neles encontrei uma ficha com o meu nome. Lá estava no histórico da ficha:
“Júlio Ribeiro da Rocha, 3º sargento da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, envolvido em atividades subversivas no Rio Grande do Norte”.
Daquela repartição, fui transferido para a Polinter - Polícia Interestadual - comandada pelo coronel Bento Manoel de Medeiros, que fora, até então, o maior caçador de bandidos no Nordeste.
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